Brasileira com paralisia cerebral ganha bolsa de intercâmbio para faculdade norte-americana
PARALISIAS CEREBRAIS/INCLUIR PELA EDUCAÇÃO - Uma brasileira com Paralisia Cerebral ganha bolsa nos EUA
NATHALIA BLAGEVITCH FERNANDEZ É A PRIMEIRA BRASILEIRA A CONQUISTAR UMA BOLSA DE ESTUDOS INTEGRAL PARA CURSO NA THOMAS JEFFERSON SCHOOL OF LAW
A paulistana Nathalia Blagevitch Fernandez, 22 anos, irá alcançar um objetivo sonhado por milhões de brasileiros: realizar um curso fora do país em uma faculdade de referência em sua área. Essa meta geralmente é atingida por quem tem as melhores condições de estudo e aprendizado. Nathalia, entretanto, sofre de paralisia cerebral. *(INFORMA O DEFNET - PARALISIAS CEREBRAIS NÃO SÃO DOENÇAS, E NÃO PORTANTO CAUSADORAS DE SOFRIMENTO... O CORRETO SERIA: NATHALIA, ENTRETANTO, VIVE COM SUA CONDIÇÃO DE PARALISIA CEREBRAL)
A brasileira irá participar de um curso de introdução ao sistema jurídico dos Estados Unidos (Legal Education Exchange Program Leep - Fundamentals of U.S. Legal), que acontece em San Diego, California, a partir de julho. O curso é fruto de uma parceria firmada entre a Thomas Jefferson School of Law (TJSL) e a Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (CAASP), entidade ligada à OAB/SP.
Nathalia nasceu com paralisia cerebral (hemiplegia), doença *( ATENÇÃO MÍDIA - NÃO É UMA DOENLA E SIM UM QUADRO DE DEFICIÊNCIA FÍSICA, DE ORIGEM NEUROMOTORA NÃO EVOLUTIVA OU PROGRESSIVA, RESULTANTE DE LESÃO CEREBRAL ANTES, DURANTE OU APÓS O PARTO, COM CONSEQUENTE ANÓXIA OU HIPÓXIA CEREBRAL) que limita a mobilidade da parte direita do seu corpo, incluindo dificuldades para andar, escrever e manipular objetos. De acordo com Nathalia, não foram poucas as vezes que ela ouviu alguns dizerem frases nada animadoras, como: "vai ser difícil você passar no vestibular, pois nem consegue segurar um compasso".
Entre o apoio da família e a falta de estímulo da sociedade, ela terminou o ensino médio, prestou vestibular e ingressou na faculdade de Direito. Em 2012, Nathalia foi uma das primeiras estudantes brasileiras com deficiência a ir sozinha para um intercâmbio de idioma - ela fez um curso de inglês em Las Vegas (NV - EUA), onde morou por 45 dias e pôde sentir os prazeres e desafios de viver longe da família. "Ali tive a certeza de que sou capaz de dominar o mundo", lembra.
Segundo George Niaradi, presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB-SP, Nathalia é a primeira aluna com esse tipo de deficiência a participar do curso por meio do convênio com a TJSL. Embora o acordo ofereça um desconto de 25% aos estudantes e profissionais inscritos na Ordem, Nathalia é a primeira a conquistar uma bolsa integral para o LEEP.
Niaradi conta que a estudante foi indicada à bolsa por demonstrar extremo interesse, dedicação e destaque nesta área jurídica, além de ter a necessária proficiência em inglês para acompanhar um curso internacional dessa categoria.
Além de estudar, Nathalia também já integrou a equipe do gabinete da deputada federal Mara Gabrilli que tem como meta a implementação e a ampliação de leis que promovam a acessibilidade no País. "O estágio no gabinete de Mara me faz enxergar que posso ajudar a construir um Brasil mais igual.", revela a estudante.
A jovem pretende, assim que concluir a faculdade de Direito, se especializar nas áreas Internacional e de Direitos Humanos, e conhecer a sede da Organização das Nações Unidas (ONU).
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